domingo, 8 de março de 2009

UMA MULHER- I

[jan_1975]

A história de hoje é de UMA MULHER e trata sob a forma como ela se articula ao modo como se sente no mundo. Contar esta história aqui, é portanto também falar da forma como olha para o tema: MULHER. Trata-se da “relação incessante renovada entre o passado e presente”. Analisa-se em particular, analisa-se no espaço público onde entra o só o feminino, ficando o masculino para outro capítulo. A partir de um auto-retrato, de um itinerário onde ela é a personagem da sua própria construção de uma história de uma mulher. Neste contexto de efervescência no feminino é concebida em finais 1973 rodeada de factores sociais, políticos que antecederam o 25 de Abril em Lisboa (Portugal) – saída do momento de concepção - vem à luz uma mulher em 23 de Setembro de 1974, numa pequena vila junto ao mar. Este livro aberto, agora, revela a todo o tempo, com muita clareza, sem anonimato uma mulher não submetida a uma história de “mulheres”, onde falas, imagens e expressões artísticas são produzidas pelo sujeito “EU”, uma história no singular, uma produção onde o silêncio e invisibilidade, nunca a marcaram. Esta menina aos quatro meses em pose, a aparência de um corpo físico, de uma imagem de um corpo feminino, em nada igual ao que possui hoje. Nada mais histórico do que me olhar hoje e, outro olhar para esta imagem a preto e branco com apenas quatro meses de vida. Qual a capacidade criadora, sensitiva que fez ou faz dela o que é hoje?! Múltiplos deslocamentos no espaço e no tempo, a infância, adolescência, caminho casa escola, o namorado, um curso, uma profissão, um desejo, um sonho, vários “acontecimentos históricos” compreendem que a história desta mulher mudou. Nos seus objectivos, nos seus pontos de vista, no seu desejo de mostrar que a história mudou. Parte de uma história onde um corpo físico inicia uma viagem até ao agora onde vários papéis são desempenhados na vida privada até chegar ao espaço onde me movo uma pequena vila, várias culturas, uma imensidão humana, onde tudo se cria ao pequeno movimento, onde habita e simplesmente reflecte um ser. Será que esta mulher ganha “mais valor” hoje, após um longo caminho percorrido? Quando o movimento é então mais alargado …e porque a história não pode parar aqui, esta mulher vai… e contínua, enquanto aqui estamos, enquanto outros estiveram e já não estão… continua, sim. Assim comemoro… bem-vinda hoje e sempre.

[08/03/2009]

[set 2008]

4 comentários:

  1. É um prazer conhecer-te agora. A realidade não é, EM NADA, diferente do que eu imaginara.
    Curioso?
    Que explicação para tal?
    É impressionante como AFINAL já te "conhecia" !!!

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  2. O mais curioso para mim é que o João parece conhecer-me melhor do que aqueles que se dizem "estar" ao meu lado todos os dias, e quando damos conta, quem ainda não me conhece "pessoalmente" sente mais por mim... acho uma sensação óptima. É de louvar a forma como geramos afecto entre pequenos post e comentários sinceros... e surge um grande afecto, um grande carinho, que parece que nos conhecemos tão bem, melhor que ninguém... e apenas nós os dois.
    Incrível, um beijinho grande

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  3. Que bem feito foi este auto-retrato miga!!! :)

    merece uma prenda, e há uma para si, no meu Blog. Passa por lá e traga para a sua casa :)

    Um beijinho

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[atravesso o vidro através do som]

Algo excêntrico, alucinador «The official video for Hard Times, taken from the album 'The Bachelor' - released in June 2009. Directed by Ace Norton.»