domingo, 22 de março de 2009

Criatividade no feminino



Evoluir como ser implica abdicar, enfrentar as tentações do corpo, diluir-se na sensatez do discernimento que muitas vezes não queremos ter, porque queremos o mais fácil, não valoramos o que nos obriga a activar outros valores; porque os outros também o não fazem?.
Porquê querer ser como os outros e não como um único ser: nós mesmos, como propriedade do corpo e mente, com registo e respeito na alma por todas as acções individuais e colectivas.


A Mulher elevada de ser, é para uns imcompreensível ou "complicada", para quem nunca a sentiu, descobriu ou encontrou, não Lêem, não sentem numa mulher a capacidade suprema de criar, de dar á luz a bondade… seguindo uma evolução no tempo, construindo-se assumindo-se como mãe, com sensualidade, com destreza, com subtileza, com mente para perdoar e, não abandonar e amar todos os seres, não somente os que do seu ventre aspiraram chegar à luz.


Porque só os poetas, os criadores de arte vêem a mulher como ela é…, será por alguém a ter adoptado de símbolo de atracção, ou será associado ao desejo da maioria dos homens?. Antes, porque encontram nela uma beleza para expressar a sua criação… porque tudo em torno do feminino eleva ternura, exotismo, harmonia, algo que, cada autor se apropria na sua obra… um traço embriagado de estímulo latente, vivo.


Todo o ser criador possui na sua alma uma sensibilidade diferente de qualquer outro ser...

domingo, 15 de março de 2009

O DESEJO Tertulia Virtual


aperta-me fortemente com os teus braços
quero sentir-te o desejo
admirar-te a inteligência
desejo falar contigo
fala comigo ao ouvido
desejo continuidade do momento
tu, não... descontinuidade, talvez...não sei
eu continuo na intensidade do desejo, do erotismo,
da paixão transbordante impossível de conter

sentimos o bailado das nossas pernas,
dos meus e teus braços,
dos nossos beijos,
fala-me de mil coisas,
apetece-me trincar-te,
o prazer de sermos desejados de modo contínuo,
com o nosso tacto, o teu odor... significam proximidade,
quero sentir-me assim,
as tuas mãos sobre a minha pele,
a mistura dos nossos seres,
o peso do teu corpo,
o entendimento do meus dedos sobre o teu corpo,
o furtivo desflorar... enquanto me dizes: quero sentir o teu sabor,
repete: quero sentir o teu sabor,
experimenta o arrepio do tecido leve sobre os meus bicos,
sentir o desejo,
anda e sente o desejo desnudado pela macia movimentação das minhas ancas,
tudo decorre ao longo de um registo contínuo...
os nossos sussurros... ai ai (teus)
sucedem-se ondas de sensações que nos transformam um no outro.

Este é o nosso desejo quando partilhamos a mesma experiência,
quando desejamos as mesmas coisas,
a mesma lua, o mesmo mar, o respirar o mesmo ar...
em tudo isto acredito sermos diferentes, sermos nós, eu e tu.

Teriamos ficado juntos lentamente abraçados
teriamos aspirado nosso perfume
não nos teriamos ido embora.
o meu desejo resiste e não desiste dessa ambição de
criar e apenas ser.


domingo, 8 de março de 2009

ÀS MULHERES

«saber que o corpo vive sobre pressão do seu peso, e do fardo que carregamos se torna uma luta constante com a gravidade, esta força que atrai para o centro da terra todos os corpos. É interessante notar que o que nos incomoda é invisível ao olho humano, só percebe quem o sente, às vezes se faz presente na pele flácida, no olhar vazio de quem se desesperançou de ser só mais um produto.»
[Marcelo Miranda]

UMA MULHER- I

[jan_1975]

A história de hoje é de UMA MULHER e trata sob a forma como ela se articula ao modo como se sente no mundo. Contar esta história aqui, é portanto também falar da forma como olha para o tema: MULHER. Trata-se da “relação incessante renovada entre o passado e presente”. Analisa-se em particular, analisa-se no espaço público onde entra o só o feminino, ficando o masculino para outro capítulo. A partir de um auto-retrato, de um itinerário onde ela é a personagem da sua própria construção de uma história de uma mulher. Neste contexto de efervescência no feminino é concebida em finais 1973 rodeada de factores sociais, políticos que antecederam o 25 de Abril em Lisboa (Portugal) – saída do momento de concepção - vem à luz uma mulher em 23 de Setembro de 1974, numa pequena vila junto ao mar. Este livro aberto, agora, revela a todo o tempo, com muita clareza, sem anonimato uma mulher não submetida a uma história de “mulheres”, onde falas, imagens e expressões artísticas são produzidas pelo sujeito “EU”, uma história no singular, uma produção onde o silêncio e invisibilidade, nunca a marcaram. Esta menina aos quatro meses em pose, a aparência de um corpo físico, de uma imagem de um corpo feminino, em nada igual ao que possui hoje. Nada mais histórico do que me olhar hoje e, outro olhar para esta imagem a preto e branco com apenas quatro meses de vida. Qual a capacidade criadora, sensitiva que fez ou faz dela o que é hoje?! Múltiplos deslocamentos no espaço e no tempo, a infância, adolescência, caminho casa escola, o namorado, um curso, uma profissão, um desejo, um sonho, vários “acontecimentos históricos” compreendem que a história desta mulher mudou. Nos seus objectivos, nos seus pontos de vista, no seu desejo de mostrar que a história mudou. Parte de uma história onde um corpo físico inicia uma viagem até ao agora onde vários papéis são desempenhados na vida privada até chegar ao espaço onde me movo uma pequena vila, várias culturas, uma imensidão humana, onde tudo se cria ao pequeno movimento, onde habita e simplesmente reflecte um ser. Será que esta mulher ganha “mais valor” hoje, após um longo caminho percorrido? Quando o movimento é então mais alargado …e porque a história não pode parar aqui, esta mulher vai… e contínua, enquanto aqui estamos, enquanto outros estiveram e já não estão… continua, sim. Assim comemoro… bem-vinda hoje e sempre.

[08/03/2009]

[set 2008]

quarta-feira, 4 de março de 2009

Criar amor



Lancemos a nossa capacidade de criação humana, no dia-a-dia, nas nossas acções, no bem-estar que podemos criar para os outros. Sintamo-nos em paz com nós próprios, não procuremos incessantemente “algo”: uma mulher, um sonho, um homem, perdemos o tempo, de olhar para dentro. Olhemos, então sim, com vontade de criar amor, criemos amor.
A boémia da noite; A boémia do prazer; pelo gozo físico não desperta “nada”, não fomos criados para fomentar vícios, mas sim, para melhorarmos o nosso progresso enquanto seres, enquanto construtores de um tempo, que de uma centelha, num determinado momento criador… surgimos então como seres.
Como veremos a luz de algo que nos faz sorrir do interior para o exterior, se desconhecemos a existência de nós mesmos enquanto seres.
Quero incondicionalmente criar com meu pensamento através deste lápis cinzento a expressão, do sentir que me fazem caminhar, na construção dos sentidos, frases, palavras livres, abertas, soltas, brotando do íntimo explodires para acordar quem as possam ler, e reler, entender, considerar que talvez tenham sido escritas para os que acabamos por lê-las.
Quero, sempre criar com o meu pensamento, como os pássaros cantam, como voam as gaivotas, vêm do mesmo ser, onde aqui nos encontramos com diferentes formas, esculpidos numa dimensão diferente, talhados com marcas, cores, expressões, rostos. A riqueza do acto de criação, reencontrar esse momento, é uma felicidade imensa, apetece-me sorrir, deslizar sobre esta folha de papel branca, tão branca como a leveza do meu sentir, neste fim de dia.
Adoro-me sentir… por isso vou continuar, quando a vontade permite o lápis avança com a força de desejar exprimir o que brota do meu interior. Sigo, sem saber qual vai ser o resultado final.


[28.02.2009 23:20]

Descubram, acompanhem um novo blog [Ery Roberto]

Infinito Positivo - Um novo blog Ery Roberto um novo recomeço, um novo ser... em descoberta.

[atravesso o vidro através do som]

Algo excêntrico, alucinador «The official video for Hard Times, taken from the album 'The Bachelor' - released in June 2009. Directed by Ace Norton.»